Pelo menos por hora não me proibiram
Pelo menos por ora não me proibiram
E nem me impediram de escrever poesias
Ou palavras sem sentido
Ou coisas sem utilidades
Já chega! Já me impediram tanta coisa.
Só continuo a viver por ser teimoso
E vida é coisa que não se larga assim tão fácil
Como tantos milhares de negros
Escapei por um triz de ter me findado
De vício, bala, susto, hipertensão e
Esse danado do infarto que quase
Selou para mim o destino de meu povo.
Vou aqui teimando sem nada e só com axé de meu povo.
Aquilo que me devem jamais me pagarão
E nos dias vindos a minha existência continua a denunciar a injustiça.
Rodison Roberto Santos
São Paulo, 31 de outubro de 2023