Lâmina
Abstrata como perfurar o nada,
fina pelo romance tão melindre;
rasga na linha perpétua do amor.
Plastificou impureza em lume cego,
corte similar o homem e a justiça.
Verossímil ao boi de alma vegana,
a mesma cisão total do vazio
libera o arroio em veias solitárias.
Limpa barbas e deixa o rosto oculto.
Esconde na baia os intentos macabros,
que flor de pelagem negra voa nuvens;
voa rouxinol fantasma ao padecer.