Desejo de me transmutar

Se me misturo às espumas, às águas do mar,

se me toco de angústias e perguntas..

não é que me esqueço

aos açoites nevoentos do sofrimento

e considero doce a morte prenunciada

no bloquear do veio de ouro

das palavras nascentes.

Castiga-me a maresia das ausências,

a falta desses voos em busca de um quê,

de canyons profundos de reflexão,

um lagar de sentido e existência...

do meu próprio ser...

É isso que me encolhe de frio,

que me retira em meus pra dentro,

em busca de meus mais profundos abismos,

o cerne do meu ser de buscas e procuras...

Desejo de me transmutar em palavras

para me esconder em teu olhar...