Poema presunçoso

Presunção, eles a criticam

Homens - bebês embalados

Em seus possantes caros

Guinchando o ruído estridente das buzinas

"Esnobes", eu diria

Se do mesmo fetiche não sucumbisse o mundo

Dobram-se a ele, também

As tuas mãos, o teclado uma munição

O padre que lê, ansioso pelo desentender

A senhora maquiada, escondendo a carcaça

Do busto, erguido no reflexo do que já fora

O veneno há de ser tomado, coração a baixo!

Uns acionistas que se movem, adivinhando

O preço do café que arranhará suas gargantas

O sujeito que não vê, ao lado, planilhas

Esse tem a melhor certeza

Encapsulou -se um pouco desta, ademais

Na isca que você presunçosamente colocou

E eu, tão orgulhoso

Mordi.