QUERO
quero o que não vejo
desejo
o que meus ossos não alcançam
e não se cansam
da lida a que se dedicam
do ideal indefinido que perseguem
quero o que não posso
nem nosso nem vosso
algo somente meu
algo que o acaso me deu
num dia em que em mim viu virtude
na hora exata que meu anjo passava
quero o que me seria tudo
o clamor de agonia de um desejo desnudo
o ponto final
a peça central
da obra de vaidade que me consome os anos
do pináculo de onde finalmente hei de me lançar