Passarinho Machucado

Da umidade salgada

Que preenche o ar daqui

Respiro suavemente

Apenas respiro, e mais nada

No quintal dos fundos da casa

Fico horas a admirar o verde

Que me cerca. E como

que na hora certa

Um passarinho que feriu a asa

Impossibilitado de voar

Cai ao meu lado e desperta

Meu apreço por momentos

como este

A possibilidade de ocupar-se

De medicar e zelar

A forma de vida, que

Agora, possuinte de ferimentos

Carece d'amparo e resguardo

Animal sem rumo

Da mão racional e benevolente

Do ser talante abrasado

Alvedrio de homem decente

Que nos resta se não

Senhores do topo

Da cadeia egocêntrica

Instituir e prestar ajuda

Ao que tem apenas a vida

Diversamente às perpetrações

Dessa sociedade assimétrica.

Rafael Arcangelo Vettori
Enviado por Rafael Arcangelo Vettori em 07/07/2024
Código do texto: T8101916
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