Última Poesia de Dor

A ave depenada não deixa de voar

Apenas espera as penas, que cresçam

Voa em tempestades, para chegar onde quer estar

Sonhos rígidos, sem chance de que esmoreçam

Nos sentimentos encontrou sórdido veneno

O amor, que rouba a razão do pássaro sereno,

A paixão, que sucumbe a volta ao ninho,

O desejo, cão luxurioso, devorador de carinho.

Em palavras meu coração se derrama,

Sinto a ponta do lápis rabiscando as artérias

Nas entranhas - Apaga-se em um sopro a chama

Mentiras torturam o ego da morte

Rezando para que em outra vida haja sorte

Que o amor não seja tão arisco e distante

Ou o deixarei, conservado, em um frasco na estante.

Rafael Arcangelo Vettori
Enviado por Rafael Arcangelo Vettori em 07/07/2024
Reeditado em 07/07/2024
Código do texto: T8101902
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.