Última Poesia de Dor
A ave depenada não deixa de voar
Apenas espera as penas, que cresçam
Voa em tempestades, para chegar onde quer estar
Sonhos rígidos, sem chance de que esmoreçam
Nos sentimentos encontrou sórdido veneno
O amor, que rouba a razão do pássaro sereno,
A paixão, que sucumbe a volta ao ninho,
O desejo, cão luxurioso, devorador de carinho.
Em palavras meu coração se derrama,
Sinto a ponta do lápis rabiscando as artérias
Nas entranhas - Apaga-se em um sopro a chama
Mentiras torturam o ego da morte
Rezando para que em outra vida haja sorte
Que o amor não seja tão arisco e distante
Ou o deixarei, conservado, em um frasco na estante.