O vestido
Esvoaçantes sedas rubras
Em poás negros
Mostram fendas
Desvendam pernas
Encobrem os mistérios
Da cor dourada
Torneada pelos sonhos
Dos mancebos embriagados
Pela paixão alucinada.
O decote audacioso
Do vestido libidinoso
Seduz os olhos absortos
Nos passos suaves da morena que baila
Inconsciente da beleza que paira
No salão de brancos tapumes
Inebriado pelo doce perfume
Da música de puro romance
Ecoando longínqua nos ouvidos débeis.
Ela desliza com os olhos fechados
Nem percebe que seu vestido malvado
É o motivo de padecimento
Das mãos que se imaginam
A tocar o suave tecido
Sobre a pele que arrepia
Transpirando simpatia,
E que outros dedos de sorte
Enlaçam a cintura macia!