Cócegas de privilégio
do tempo que o tempo parara para uma borboleta passar…
no horário imaginado
gaivotas faziam fila no azul
na posição do vento
Superman passava pela janela
a palavra perdia a mão
o silêncio girava nos jardins
o sol voava pelas campinas
um restinho de céu entre as árvores
soprava em nosso rosto
a poesia tão inquieta tão incerta
soltava-se do resto
os filósofos mais profundos
queriam discorrer do prazer de sonhar
antes dos velhos moinhos
tudo era festa no verbo que ficou
de quando era inevitável viver
o dia transbordava dentro do dia
Van Gogh acalmava sua tela
e desligava o pincel