Amor Terreno
Ávido homem, o explorador
Enlatado, desventura-se no espaço.
Acata desígnios, segue plano lasso,
Daqueles que subsistem da dor
Velhos e novos, não creem mais
A natureza desfalecida, vai
Levantar-se enquanto o homem cai.
Muitos para Caronte, no cais
Navegarão os cinco rios do Hades
Pois descomediram da sua terra.
O tempo refulgente os enterra,
Asfixiados com a sapiência dos males
Terás mais conhecimento sobre
o vazio, do que o próprio Brasil.
Dos mares e oceanos. Do gentil
Solo de alvoradas e vida nada pobre.
Enquanto ao homem enlatado cabe
Seguir seu rumo sem gravidade
Já eu, hei d'existir neste beijo
Lascerante desejo. Com os pés no chão
Sorrio e gracejo, pois meu coração
Encontrou um amor terreno.