Inominalismo
O corpo sem órgãos
É na verdade o gráviton
A matéria escura do buraco de minhoca
De quem acordou de um sonho
Tornando-se dele órfão
O corpo sem órgãos
É na verdade o gráviton
O chefe atômico com horizonte de eventos
Do instante em que o déspota oprime
Tornando-se dele Organon
Porque gravitação quântica é o corpo sem relógio
Que a Terra gira em torno do Sol devido a reorgio
Reorgio, contração não contrariante
Entre tempo do relógio
Mais caos orgiástico
A aliança entre deuses esquecidos
Cronos para Dioniso
A orgia no vácuo entre os ouvidos
E o eu a falar que inominos
O corpo sem órgãos é a não referência
Gravitacional
O inominalismo fundante
Do carburar-se de insetos
Quantos insetos comemos hoje?
Sem que disso se enoje
Corpo sem órgãos
Horizonte de e-ventos
Conexão a-genética entre diasporante rajadas
E o carburador, de boca aberta, adentrando decifrada
Poeira mágica de que dela se depende
Inominalismo é isso
Um corpo sem órgãos
Uma gravitação microcósmica
Uma epopeia
Do germatriz
Que faz o morto feliz
Os germes, esporos, atopos
Que corroem ossos, mas ainda há múmias
Os germes, que empilham-se colossos
Que nadam sobre a sofia, para que ela murmure
Não nomearei meu corpo sem órgãos
De quantos murmúrios senti o inominável
O novo
Mas se esse poema tem nome
É a fundação que ao abismo se joga corcovo