Tâmara

Sem pudor te chamo de Amada.

Meu peito em furor desanima

Sim! Não penso em mais nada,

Apenas naquilo que me fascina

Teus olhinhos, decisivos olhos

Cabais pérolas, jabuticabinhas

Sinto-me banhado nos óleos,

bálsamos. Por onde tu caminhas.

Esse é o meu passatempo

Fitar-lhe com afinco, penetrando

Soltar-me, absorto, nesse sentimento,

Deixar meu cerebelo lhe tarando.

Admirável Tâmara deliciosa

De profundidade talassofóbica

Graciosa ave de plumas, rósea

Sereia de reverberação atlântica.

São rochedos meus medos

e ânsias. Perdi entre os dedos

teu odor, tuas fragrâncias.

Andei incansavelmente, abalroei-me

Nas águas de tuas mágoas, situei-me.

Bebi e subi pela cascata do teu choro.

Rafael Arcangelo Vettori
Enviado por Rafael Arcangelo Vettori em 05/07/2024
Código do texto: T8100476
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