Tâmara
Sem pudor te chamo de Amada.
Meu peito em furor desanima
Sim! Não penso em mais nada,
Apenas naquilo que me fascina
Teus olhinhos, decisivos olhos
Cabais pérolas, jabuticabinhas
Sinto-me banhado nos óleos,
bálsamos. Por onde tu caminhas.
Esse é o meu passatempo
Fitar-lhe com afinco, penetrando
Soltar-me, absorto, nesse sentimento,
Deixar meu cerebelo lhe tarando.
Admirável Tâmara deliciosa
De profundidade talassofóbica
Graciosa ave de plumas, rósea
Sereia de reverberação atlântica.
São rochedos meus medos
e ânsias. Perdi entre os dedos
teu odor, tuas fragrâncias.
Andei incansavelmente, abalroei-me
Nas águas de tuas mágoas, situei-me.
Bebi e subi pela cascata do teu choro.