O SÉTIMO SELO

O mundo soa a texturas e movimentos

Gestos bruscos sacodem um ar grave

Suspenso nas pontas da interpretação

No silêncio

Cada paisagem esconde algo

Um olhar vai do nada ao quase

Do tudo a possibilidades

Ouve a vida nas cores

Guardando-as na cabeça

Um espaço enorme

Onde dobra as pontas do infinito:

(Essa névoa inaudita

Bendita e maldita)

Para chegar a algum lugar.

Sabe que a si é mais difícil,

Por isso amola a alma

Até cortar em finas sintonias

As costas do som.

O que dizer a si mesmo

Na morte do fonema?

Como falar consigo

A quem não sabe

O ar da graça

Nas cordas vocais?

Elicio Nascimento
Enviado por Elicio Nascimento em 04/07/2024
Reeditado em 04/07/2024
Código do texto: T8099822
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