O dia em que o feminino deixou de existir
Neste novo milênio
Sem brilho
Sem cor,
Reflete-se apenas o cinza
De um mundo sem amor;
É que, o feminino deixou de existir,
As mulheres se foram,
Algumas vítimas da violência,
Outras da intolerância por professar suas crenças,
Outras se foram pelas mãos dos parceiros,
Assassinadas , sem nenhum pudor ou receio.
O dia em que o feminino deixou de existir,
Os homens tornaram-se feras,
Avarentos e violentos
Aliando-se a fome e a guerra.
Neste dia , o céu ficou cinza,
O Aroma se foi
O abraço deixou de existir,
Os afetos tiveram que partir
Para a terra do esquecimento.
É que para muitos homens
É impossivel declarar sentimentos,
É exigido que sejam rudes e grossos
E que não chorem em nenhum momento;
E assim, criou-se quase toda a nação,
Intolerantes e opressores,
Intransigentes com a vida alheia
E com os amores;
Neste mundo sem cor
O amor esfriou,
Quem os mantinha eram as mulheres
Com seus toques e seus revezes.
No dia que o feminino deixou de existir,
Homens se comportavam como feras ferozes;
Enjaulados em suas mazelas
prezos em seus destinos,
Meros algozes;