A VIDA É TINHOSA

Há o corte que sangra,

a dor sufocada,

O desprezo,

A tristeza.

Olhar calejado.

Que triste é a vida,

Eivada de maldades,

De cartão clonado,

Falsidades.

Confiança,

Fia,

Desafia

Confia.

Tudo incerto

Na máquina

De cada dia.

Destempero,

e desespero,

À noite,

Vem a agonia.

Tudo piora

No escuro,

A dor na face,

A tosse,

A insônia.

O medo,

A cólica,

Falta de ar

E o silêncio.

A vida é perigosa,

Puxa o tapete,

É tinhosa

E a gente

Um joguete,

Madeira grossa,

Torniquete.

Lenha verde

Fumacenta,

Queimando os dias,

Pirracenta,

Testando pra ver

Quem é de nós

Que a aguenta.

Dalva Molina Mansano

01.07.24

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 02/07/2024
Código do texto: T8098454
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