Em Viagem
Pés a se movimentarem
Estrada a perder de vista
Horizonte perdido
Sol a se esconder
Escrevendo cartas de amor
Luz inebriando sonhos
Em noites de terna insônia
Vida suspensa em deliciosas fantasias
O tempo em respiros de nostalgias
Ah a caminhada suspensa
Olhar abraçando o que os braços
Não sustentam
Peito abrasado de fogo
Desejos latentes de abraços e beijos
Percorrendo o rosto entre visões
De um algo nem vivido
Existindo apenas como saudade
Que necessita talvez a tornar realidade
Tudo estranhamente vivo
Como algo vivido numa noite
Onde o olhar do outro
Está a ver outros horizontes
Mas sentido ali a lhe aquecer
O desejo de seu olhar
Tão distante mas presente
Em seu coração...
É o sol a escrever cartas
Sentindo no seu peito
O amor à lua que
Tão minguante já
Pensa ser crescente
Mas, não passa de lua nova
E em inconfessáveis madrugadas
Corre por entre montanhas
A passear em imaginação
Por terras do sol
A lhe chamar...
Quem sabe um dia
A insônia se torne a dois
Em juras eternas de amor?
Raimunda Lucinda Martins