tudo e nada
Tudo e nada
Asas serenas,
Palavras amenas,
Sonhos pequenos,
Tudo e nada,
Asas quebradas,
Palavras sufocadas,
Sonhos desfeitos,
Tudo e nada,
Asas que não podem voar,
Palavras, que não sabem falar,
Sonhos que não podem se realizar,
Tudo e nada,
Asas, sem liberdade,
Palavras, que silenciam as vontades,
Sonhos, que não sonham por sonhar...
Tudo e nada...
Agora, asas que param no céu,
Palavras, que não se traduzem,
Sonhos, que não vêem luzes,
Tudo e nada,
Neste regresso, de todo o infinito,
Onde as asas, são pássaros feridos,
Onde as palavras, são buscas aflitas,
Onde sonhar é acordar, sem lembranças...
Agora, nesta reflexão,
Vejo corações sem coração,
Alegrias sem o ar puro do pulmão,
Vejo vulcão implodindo a terra
Com suas lavras quentes em gotas de lágrimas,
Ouço murmúrios de mortos que não se foram,
E quero entoar minha canção,
Nas sombras do ódio deste vulcão,
Quero ser livre, para não viver as mesmas coisas,
E ser forte para esquecer o que se foi,
E agora, caminho tranquila,
Por todo o resto da minha vida,
Para dizer que este funeral de lembranças,
São apenas, séculos de muitas infâncias...
Asas, são asas,
Palavras, são palavras...
E os sonhos, ainda sonham...
Um pouco em tudo,
E outro em nada...
Del Dias