ENTRE SOMBRAS E REMÉDIOS
No leito frio onde me abandonaste,
O peso do mundo sobre o peito senti.
Lágrimas caem, por que me partiste?
Alegria buscávamos, mas dor encontrei.
Não mais posso depender de teu falso oxigênio,
Um curto-circuito em nosso sonho desfez,
Morfina que prometia alívio, agora em veneno,
Em meu ser só provoca um incessante prurido.
A enfermeira, em seu silêncio, indiferente ao meu choro,
Não vem, e em minha solidão, o desespero cresce,
Quero fugir, correr para onde o vento me levar,
Para um vazio onde meus medos não possam me alcançar.
E tu, que parecias a cura para minha dor,
Transformaste-te em veneno que me consome,
Não é melhoria que sinto, mas uma enfermidade maior,
E em meio a esta escuridão, peço por uma luz, uma chance de renascer.
Permaneci onde me deixaste, preso em um pesadelo,
Esta viagem, tão distante do que sonhávamos,
Os outros medicamentos, promessas de alívio, agora distantes,
Talvez seja hora de buscar ajuda, de encontrar um caminho novo, sem medo.