As quatro estações

Clareando o céu distante

enfim descansava a madrugada

a aurora flamejava raiada

naquele último dia de verão

fenecia o sol para a nova estação

cintilava uma estrela serena

o outono ainda púbere

logo que li teu poema.

Não havia medo em mim,

mas havia pena.

A tarde caía quase inércia

enquanto teu fogo me ardia

ao longe se ouvia inefáveis arpejos

enquanto a brisa nos tocava

eu mirava teus olhos cheios de desejos

diante da tua alegria

em transe vespertino findou

o outono em foco cristalino

minha fronte franziu descontente

o inverno surgiu vertiginosamente.

Um eco agudo suspirava

era como se a primavera gritasse

avencas delicadas choravam

clamando às flores que recitassem

onde tu passava a poesia brotava

sussurrando um toque vernal

ali não havia rival

o amor sua seiva derramava

transbordava toda a alegria

a ternura entre teus seios repousava.

Ademar Siqueira
Enviado por Ademar Siqueira em 29/06/2024
Código do texto: T8096608
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