CIDADE SEM GRAÇA (CAPANEMA DO PARÁ)

Cidade sem graça...

Me sinto como um peixe fora da água

Cidade sem graça...

Me sinto como um passarinho sem asa.

Cidade sem graça...

A alegria sempre termina; a tristeza nunca acaba

Cidade sem graça...

É tão vazia que parece uma cidade fantasma.

Cidade sem graça...

Habitada pela humanidade sem humanidade

Cidade sem graça...

Aqui ou lá, aonde quer que vá, há falsidade.

Cidade sem graça...

Feita de muito ódio covarde e hipocrisia de coragem

Cidade sem graça...

Na sua paisagem não há oásis; há apenas miragem.

Cidade sem graça...

Feito caverna de Platão de sombras e de trevas

Cidade sem graça...

As suas ruas anunciam misérias embelezadas.

Cidade sem graça...

A maldade diariamente conta vantagem e canta vitória

Cidade sem graça...

Um pesadelo terrível assombrando a minha memória.

POEMA: ANTONIO GUSTAVO