CASO PERDIDO?
CASO PERDIDO?
Será que ainda há tempo
Para entender e corrigir
Esse ir e vir
Desta terra e seus carnavais
Cheias de alegorias e adereços
Essas sombrias alegrias
De múltiplos endereços
E poucas poesias
De tantos em ilusões
Matando sua solidão
Em poucos dias
Enquanto em muitos dias
Amanhece-se em escuridão
Que não se dissipa
E explode em mentiras
E implode a cidadania
Em todos os novos anos
Que já nascem velhos
Com eternas dívidas
E mal vividas utopias
Interrompidas em discursos
Sempre de duplo sentido
Cheios de frutos proibidos
E muitos ruídos
E o silêncio da consciência
Rompido por estampidos
Nas ruelas escuras
Dos obscurantismos
Esquecidas desde sempre
Na eterna rotina
Do salve-se quem puder
Foda-se quem não puder
Exploda-se na esquina
Participando da carnificina
Que mata corpos e almas
E jamais se acalma
Segue impávida colosso
Sem pele só osso
Em missas terços rosários
De enganos em corolários
Num país de muitos ninguéns
E alguns alguéns
Encastelados em palanques e palácios
E a última flor do lácio
Murcha em cemitérios
De heróis de falsas lutas
Progressistas ou conservadoras
Contra tudo e todos que pastam por aqui