Frutos Podres
'Inda colho frutos podres,
em tempos de desesperança.
Meu motivos, porém,
Continuam nobres:
Contando as horas à partir dos momentos
de forrar a pança.
Ah! E esse nêgo aqui dança
Finge que cadeia é França.
Cheio. Transbordando pensamentos
dos belos aos pobres.
Agarrando e apertando o rosto
Nos ferros e cobres,
Nas grades que consomem
M'nha liberdade.
Sei que sou jovem, mas pr'isso
Não tenho mais idade
Independente da tenra
Jovialidade.
Sou apenas lenço e documento
Nesta doente sociedade.
Azedo e amargo leite
É a falta d'informação
pr'essa criança.
Todavia, tu, Bem-Te-Vi,
és memoria viva de
minha nova Aliança.
Que com o desconhecido
Firmei.
Pr'emancipar-me, de vez,
Desta, - bálsamo envenenado -
Colossal Insegurança.