Frutos Podres

'Inda colho frutos podres,

em tempos de desesperança.

Meu motivos, porém,

Continuam nobres:

Contando as horas à partir dos momentos

de forrar a pança.

Ah! E esse nêgo aqui dança

Finge que cadeia é França.

Cheio. Transbordando pensamentos

dos belos aos pobres.

Agarrando e apertando o rosto

Nos ferros e cobres,

Nas grades que consomem

M'nha liberdade.

Sei que sou jovem, mas pr'isso

Não tenho mais idade

Independente da tenra

Jovialidade.

Sou apenas lenço e documento

Nesta doente sociedade.

Azedo e amargo leite

É a falta d'informação

pr'essa criança.

Todavia, tu, Bem-Te-Vi,

és memoria viva de

minha nova Aliança.

Que com o desconhecido

Firmei.

Pr'emancipar-me, de vez,

Desta, - bálsamo envenenado -

Colossal Insegurança.

Rafael Arcangelo Vettori
Enviado por Rafael Arcangelo Vettori em 28/06/2024
Código do texto: T8095707
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