AS FLORES SILENCIOSAS
Mas o que é então esse mal estar civilizado,
adestrado pela cortesia burguesa?
Preciso retalhar a carne indiferente,
deitada sobre a porcelana fria,
para investigar, em suas mortas tripas
o veneno que abreviou seus dias.
Burocracia para uma contagem infinita
de viajantes daqui para fornalhas e criptas.
Depois, de cada centímetro costurado,
o apodrecimento devidamente maquiado,
parte o gado para adoração e escárnio.
Entregue ao seu remorso ou seu alívio,
porque afinal, somos todos civilizados.