Curvas do destino

Os caminhos do destino têm curvas inesperadas, e

Como um tolo diante de sua bússola quebrada,

Sigo por estradas inexploradas, não mapeadas.

Me enterro num deserto a perseguir fantasmas.

Há coisas que nem o tempo pode mudar.

Assim como o destino, o contínuo mover da areia de um bulbo para o outro numa velha ampulheta me faz lembrar que o tempo está sempre em constante fluxo, não podendo ser retido ou interrompido.

Olhos marejados de lágrimas

Nublam meus pensamentos,

Reduzindo minhas memórias a cores, dores e medo.

Será que de fato é tudo tão estanque? Imutável como as Moiras a tecer os fios do destino ou Cronos a reger o tempo?

Preciso lutar contra isso!

Não posso permanecer calado!

Urge que eu abra as janelas de minh'alma

Deixar entrar um fiapo de luz.

Como um peão mortal que ousou desafiar o Rei,

Enfrento o destino com coragem e poesia,

Rabisco versos repletos de alteridade e empatia.

Como num xeque-mate bem elaborado, afirmo que o futuro não está predestinado.

Eu vim das palavras, e elas movem o mundo.

Não escrevo para algoritmos preestabelecidos pelas Moiras,

Escrevo para pessoas,

E para elas, nada é inexoravelmente imutável.

DIVINO ALVES DE OLIVEIRA
Enviado por DIVINO ALVES DE OLIVEIRA em 25/06/2024
Reeditado em 25/06/2024
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