Curvas do destino
Os caminhos do destino têm curvas inesperadas, e
Como um tolo diante de sua bússola quebrada,
Sigo por estradas inexploradas, não mapeadas.
Me enterro num deserto a perseguir fantasmas.
Há coisas que nem o tempo pode mudar.
Assim como o destino, o contínuo mover da areia de um bulbo para o outro numa velha ampulheta me faz lembrar que o tempo está sempre em constante fluxo, não podendo ser retido ou interrompido.
Olhos marejados de lágrimas
Nublam meus pensamentos,
Reduzindo minhas memórias a cores, dores e medo.
Será que de fato é tudo tão estanque? Imutável como as Moiras a tecer os fios do destino ou Cronos a reger o tempo?
Preciso lutar contra isso!
Não posso permanecer calado!
Urge que eu abra as janelas de minh'alma
Deixar entrar um fiapo de luz.
Como um peão mortal que ousou desafiar o Rei,
Enfrento o destino com coragem e poesia,
Rabisco versos repletos de alteridade e empatia.
Como num xeque-mate bem elaborado, afirmo que o futuro não está predestinado.
Eu vim das palavras, e elas movem o mundo.
Não escrevo para algoritmos preestabelecidos pelas Moiras,
Escrevo para pessoas,
E para elas, nada é inexoravelmente imutável.