Mandíbula que me resguarda
Rio de Janeiro, 2021
"Queria o peixe que o mar fosse absinto,
Para abscindir do próprio sacerdócio
Do Nadar"… Hidrodinâmico indócil
Animal, o presságio irmão do extinto.
Que na língua fúnebre de esquisito,
A fera apresenta o seu lado dócil
E trata um ser da forma mais sutil,
Antes doutra refeição de faminto.
E de tanto abocanhar por Instinto
É tonitruante o som do distinto
Carnista, cão marinho, quase um fóssil
De tão velho, no ócio de achar cálcio
Na medula óssea do seu infinito...
E sou peixe, sou um nada sem efeito.