A FLOR REPOUSA NUMA POÇA DE LAMA

A poça de lama não envolve água morta

mas água sem morte

vida iminente que espera colher do bojo poluído

o resquício de vivacidade outrora lúdica

Airosa, resoluta nas ruas da avenida São João

Chuvas trevosas como a indiferença à beleza

Abandonada ao fenecer

Como os dejetos inumanos

De um amante do submundo

A flor renasce como

O desejo da renovação

Asfixiado num esgar orgástico

De desconsolo

A rosa renasce

No seio da dor.

Odor

Amor.