OPERÁRIO DAS CINZAS
A obra do tempo
Calejada no avesso da liga
Entre o rosto de sonho
e a cara cotidiana.
Leva a veste de espaços
até o labirinto rarefeito
A cada dia mais próximo
Da urgência do necessário.
Necessidade nem sempre é vontade.
A crosta úmida escorrega contatos
ao inverso dos corpos
Na régua das distâncias.
Não há ontem nem amanhã
tampouco agora
em sua clara urgência
Há a ilusão da permanência.