OPERÁRIO DAS CINZAS

A obra do tempo

Calejada no avesso da liga

Entre o rosto de sonho

e a cara cotidiana.

Leva a veste de espaços

até o labirinto rarefeito

A cada dia mais próximo

Da urgência do necessário.

Necessidade nem sempre é vontade.

A crosta úmida escorrega contatos

ao inverso dos corpos

Na régua das distâncias.

Não há ontem nem amanhã

tampouco agora

em sua clara urgência

Há a ilusão da permanência.

Elicio Nascimento
Enviado por Elicio Nascimento em 23/06/2024
Código do texto: T8092011
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