Aquela mulher

Meu deus/

Sob a interrogação de um segundo/

Cujo sol que nos dá guarida/

Ainda sob as vias dessa vida/

Me permito abrasar essa visão/

Sobre tu que caminhas/

A desfilar na avenida /

Seu expoente mortal/

Pondo a prova minha versão/

Como por encanto final/

Já persuadido/

Persigo teu charme/

Comentado tuas passadas /

Já admitindo perseber/

Entre inúmeras flores/

Numa essência tão nobre de luzes e cores/

Quão absurda consciência recalcada/

Do pecado, que despousa a inveja/

Mesmo, ao ponto de que jamais alcançarão/

Qualquer coisa que a revela/

Deixando-as a distância segredar/

Definhando sem notar/

Sobre essa tua incomparável beleza/

Que tanto incomodam/

Como aos meus olhos vitimam/

Nesse ar quente/

Que o verão professa/

Me falta o ar/

E a coragem, pra te abordar/

Embora tua sedução/

Progrida insustentávelmente no meu peito/

Me inibido do sentido, da fala/

De um jeito/

A me prender/

Pela lei ou pelo respeito /

Essa tua postura/

Traz a baila/

Em qualquer sala/

Uma voz, que nos sedimenta/

A ponto de nos exaurir da realidade/

Desordenando toda a ordem e equilíbrio/

A ponto de aderir/

Aos teus devaneios/

Que certamente vêm/

Pelo ádito de tua boca/

Me convidar a ensandecer/

Sou pautado no direito/

De só te ver/

Passar entre as dunas paulista/

Sem te esquecer/

Porém, acho que seria/

Uma infâmia/

Ofensa múltiplas/

Calar na morte/

Sem ousar dizer ao menos/

Aos que nunca poderão te ver/

Dessa exuberante beleza/

Imensamente rara/

Morena clara/

De olhos profundo a esconder/

Todo o seu ser/

Nesse corpo, que agride a moral/

A fazer a imaginação ir além do querer/

Vindo como um pecado mortal/

Particípio desses teus cabelos anoitecidos/

Cujos seios envolvidos/

Já escrevem uma necessidade no meu âmago/

Um prazer carnal/

Tornando mais do que óbvio /

Apesar da tua altivez/

O que melhor tens a oferecer/

Como uma fonte/

Desse paraíso/