Catarse do outro
Não é plena catarse de mim.
É um captar aqui outro ali,
Um sentir de outros
Que em alguma medida também vaga em mim.
Um ser distante que reside em meu verso
Ainda que não saíba.
Outro nome, outra pele .
Cá, dentro de mim.
Quando me esvazio do tédio de ser sempre eu
Desabrocho o outro que contemplei
Escrevo e reescrevo o meu olhar
Sobre mim , sobre os outros
E sobretudo, sobre o modo que vejo.