Voz no deserto
“Voz ou ouvido no deserto?
Não sei, não sei...
Sei que ouço a mudez
porque também me calo
quando mais me faço ouvir...
É quando falo por linhas em branco,
palavras não ditas, reticências
infindas e estrepitosas...
Quando o silêncio
e o aconchego dos abismos,
a quietude e profundeza do caos
causam tanto estrondo
que nada como a afonia da alma
para expressarvsentimentos,
tão absurdos e densos...
Como disse o poeta
“o poema é bálsamo para quem tem
a confraternidade no coração”.
Mesmo... mesmo sua tessitura
de difícil deglutição...”