Cílios beirando um rio..

Não tenho consciência do caminho.

Perdi o fio da história

que já teve tantas idas e vindas

e se repete infinitamente se repete.

 

Guardo o camafeu de sentimentos

nas profundezas da alma

que quis se expressar na tarde

e só recebeu indiferença e pressa.

 

Pra que falar se o mundo roda

ao redor de outra estrela

e a flor paira quieta e insulada

num escanteio do espaço

em constante evocação

pelo fim de todos os caminhos e vida?

 

Subo escadas, desço escadas,

bato perna pelos corredores da alma

e me deparo com o espelho do quarto

sozinho e silencioso a me olhar

- em meus próprios olhos -

cílios beirando um rio...