Um encontro (espiritual) com Goethe

Não desenhe, ó mulher, em tudo a mais bela e soberba que há.

A posse do soberano tem

O corpo, a alma e o reino

E se mais queres, ó bela e soberba mulher

Bem sabes

Que nem o céu pode a seu desejo recusar

Porque a suprema felicidade, mais que o próprio céu, pequenino frente a tamanha beleza

Não alcança o frêmito

Nem o paraíso a muito prometido

Que a glória outrora a máxima conquista não poupou

A beleza que fez do herói apenas um brinquedo infantil

Precedido, ó senhora a mais bela e soberba que há

Que podes mais

O céu a ti louvar senão sumir -se ele próprio em seu tímido azul celeste

Diante de ti

Ó soberba e bela senhora

Nem as estrelas podem ofuscar tamanha de invejada beleza

Então, nada mais resta

Ó soberba senhora

Senão curvar o universo

Para que tu possas

Majestosa e soberba senhora

Passear entre nós os mortais

E desfrutar de nossas fraquezas e temores vãs

E se ao caminhar por entre nós vis mortais

Não reconhecerdes em cada qual o fino fio de frágil humanidade

Eu vos peço, ó, soberba senhora,

Não nos culpas por tudo que possa seu olhar ofender

Culpas ao Deus

ELE construtor de tudo que há

Não soube dar fino acabamento

A nós

Sua imagem e semelhança