Confissão de Poeta
Olho pelo vão da porta entreaberta
e o portal
E vejo um futuro embassado
e surreal sem saber de onde surgiu
Não sei se é a curiosidade que mata
aos poucos
Ou a minha lerdeza que achei
imortal num passado bagunçado e não resolvido, muita vez, determinou um presente inspirador?
Pressente?
Não, não pode ser!
Quem será que teve a coragem de lançar mão, usar dor de verdade pra mudar o caminho de meus sonhos acovardados, mentirosos ou reais?
Quando é que um futuro mais forte que a mentira surgira pra aliviar meu peito gerando a liberdade plena?
É nos sonhos totalmente livres respeitando o dito fingidor de Pessoa,
Que levo a vida sem, no entanto, separar muito bem os dois lados da vida tênue: sonho e realidade.
Transformo muito da lida em linhas só minhas mas, que de quando em vez, ganham a rua, e se espalham, sem minha autorização ou mínima cerimônia, como se se fora tudo verdade.
É verdade que não importa pro meu conto a verdade absoluta,
E sim que o sonho me liberte, sem o prejuízo alheio
Na vida, meu personagem que nasce nos sonhos, vive as linhas libertas ou libertárias para inspirar o quão complexo me é a tal vida real.
Confesso amar e me agarrar aos sonhos, dos mais simples aos mais complexos, oriundos de um real um tanto escondido entre veias, artérias, nervos, músculos e pensamentos, preconceitos e medos e vestidos das capas surreais que me elevem, me inspirem, me curem frustações numa autossuficiência realmente impossível...
Desculpem-me todos os que me leem, me ouvem, me escutem, convivem um segundo que seja comigo,
Mas a estrada dos meus sonhos é o pão que me mantém vivo,
Uma real necessidade para construir talvez o embassado presente no enxergar entre a porta entreaberta e o portal que me levam ao futuro e muito mais... como confortar e reparar possíveis acidentes ou necroses do peito um tanto machucado e usado.
Que minha alma se ajuste neste corpo mortal para voar pelas noites beijando as estrelas, abraçando cometas e preparando o caminho do sempre.