Tudo bem que o Sol se vá
Quando jovem tudo é novidade.
Todos os dias na beleza do céu, em trajetória elíptica,
o Sol dança sobre o campo de girassóis.
Deitado em um dos caminhos que fiz entre eles
percebi a sutileza de suas pétalas sobre
o grosso e alto caule verde escuro.
O frescor do vento agitava-os devagar de um lado ao outro.
Em minha pele, duas ou três folhas pousaram como abelhas cansadas,
para logo irem ao solo, juntando-se com outras já ressecadas e esfareladas.
Alguns girassóis mais velhos não acompanhavam
nem davam palco ao espetáculo celeste.
Estavam ali aproveitando a própria existência, suas próprias belezas.
E, peguei-me pensando em quantas vezes admirei nos outros a beleza que também havia em mim.
De repente, como se me sorrissem cada um deles,
descobri que tudo bem se o Sol se for,
desde que eu saiba que em mim há toda a luz que preciso para seguir caminhando longe da escuridão.
Poesia 294 de 2024💛🌻
Poesia inscrita no concurso "Girassol".