torna forma
Água com perfume lunar escorre das mãos,
insinuante e extrema da noite,
Veloz e escura, a noite se cobre da névoa mais fresca,
alumiada de estrelas.
E se não diz seus mistérios, nos dá a certeza
de que seus orvalhos de fogo drenam
Do coração das coisas seus enigmas,
e nos doamos para a noite, tocamos sua mão
Febril e sabemos o côncavo original,
de onde toda profundidade foi copiada e transmutada,
cava, cova crepuscular de uma luz sempre a renascer,
Na atmosfera que de seu interior os signos nascem verdadeiros,
dizem o que há sobre a terra, também das coisas que se aproximam do alto da montanha
de onde contempla a superfície verdejante que carregamos como vontade,
delicia, imagem que, inscritos, os sonhos são acesos,
ou como símbolo para onde aponta
Para vertigens que afoga o coração, ainda que degole o medo
ou nos degole de medo!
e rasga o caminho estreito onde
Cada um pode se entreter com sua própria cela assombrosa
ou a claridade espectral que assoma as coisas sua luz mais imediata,
e nesse estranhamento abre-se a borda onde os
A poesia é gestada e onde cada uma que lhe atreve, instala-a no mundo,
torna forma.