A TRISTEZA E SUAS TECNOLOGIAS

A tristeza é como o feio no canto,

inventando uma valsa imaginária,

para que dancem as esperanças

ressecadas pela agonia do mundo.

O bolor tomando conta do teto,

onde prefere-se não se dar conta.

Um desencanto que escorre pastoso,

pelas paredes que fingem ser brancas.

Tudo que não for incômodo e farsa,

irá embora deste viveiro de rancor.

As palavras indiferentes nos manuscritos,

tentando permanecer no repouso da sombra.

Uma imitação barata do que se chama dor,

paralisante como a beleza da trogonometria,

se instalará lá fora, antes os portões,

matando flores e afastando a novidade do dia.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 15/06/2024
Código do texto: T8086089
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