TENHO PRESSA
Perdoa minha pessa,
minha rispidez
Tenho pressa de sair
ver pessoas, ver as ruas
Tenho pouco tempo
Para ver tudo o que não
vi
Para viver as coisas
que não
vivi
E sentir emoções que os poetas
decantam
emitem em jorros,
tantos
Os êxtases e delírios
dos prazeres que
só deuses sabem
Só quero viver!
conhecer lugares,
pessoas, lendas
nadar nos regatos
pescar e
deitar no mato
Andar nos caminhos
empoeirados
sob o sol de dezembros
suar como uma mortal
e de noite
dormir
cansada
sem edredons e colchão...
Perdoa,
mas tenho pressa
não me impessa
Eu quero um viver
diferente deste
quero sujar minhas mãos
na terra
e sorrir ao ver
a erva brotando
magica e brilhante do chão
quero sentir que fiz parte
de algo bom
E o prazer das coisas pequenas
vento fresco
sol a pino
chuva grossa nas costas
e no rosto
sorridente
beber agua na nascente
o peixe pescado recente
cantarolar
molhar os pés a beira mar
descansar
à sombra
de uma
árvore
morder fruta verde
ouvir pios de manhã
com cheiro de dia novo
ter cheiro de gente bôa
e alma de anjo!