Asas dos sonhos
Me tonteia o vento que sopra
ruflando folhas secas pelo chão
de artemísias e lavandas...
não, não me pesam
as ilimitadas asas que conquistei...
não me pesam...
São leves como - de ontem -
os pés que sobem calçadas
ainda em desajeitada sincronia...
como é bom brincar e dialogar com a luz
sobre os sonhos que se fizeram
num passado não tão distante...
podem ser só palavras, ou...
lenitivos para os próximos passos...
que agora, na madrugada de poemas, dançam...
tal qual o pêndulo que livre oscila
desenhando a rotação
das asas dos sonhos...