Poema, ou poesia livre, ou qualquer coisa que o valha

Sempre carreguei, e carrego, uma solidão que não me apavora.

Os beijos, repletos de amores, não me furtam dela.

Os amigos, com seus rostos e olhares, não a espantam.

Tenho-a como única e fiel companheira: estagiária célebre da vida, aluna perpétua da morte.

Eu não a vejo, nem ela me vê, pois não existe.

Ninguém a vê, mas quem me lê ou escuta, sabe que existe,

pois eu o digo.

O que existe no mundo além de mim?

O que é que existe além de sensações e pensamentos?

Quais sensações existem que não sejam prazer ou desprazer?

Estou só; estamos sós, no máximo com estes dois.

Até o outro não passa de uma sensação e uma ideia que não alcanço nunca.

E se o outro existe, sou para ele apenas sensação, e nunca me alcança

E por isso, estou só

Guilherme Sousa da Silva
Enviado por Guilherme Sousa da Silva em 12/06/2024
Reeditado em 12/06/2024
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