AMOR NOS OLHOS DA TERRA
(Sócrates Di Lima)
Vigias dos mares no meio do mundo,
Olhos da terra,
Como olhos celestes de fundo,
Olha a vida por traz da serra.
E quando a noite chega,
A lua ronda a escuridão,
Seu olhar prateado enxerga,
Os olhos azuis da imensidão.
E na alma da terra o sorriso,
Feito marfim de uma branca nuvem,
As cores do paraiso,
Pintam a vida na sua imagem.
Como a saudade que sinto agora,
Marejando no fundo do meu âmago,
Como ondas mansas lá fora,
Fazendo dentro de mim um estrago.
Olhos da terra que não os vejo,
Olhos de mim...
Olhos que representam lampejo,
De uma saudade que nunca tem fim.
Olhos azuis e negros da terra,
Olhos que a saudade quer assim,
São seus olhos que a pálpebra encerra,
Fecham a noite, e vai para longe de mim.