REMINISCÊNCIAS DUM CORAÇÃO.

Do que me valem

Das palavras, a imensidão

Tão mal articuladas

Digeridas em sílabas

Engasgadas aos pedaços

Mastigadas sem contexto...

Sem razão e sem pretexto?

Do que me valem

Os versos aos inversos

Da escrita tão ambígua

De quereres guardados

Há muito tão sonhados

Se ao papel amarelado

Páginas são apagadas?

Do que me valem

A tola esperança

Perdida em distâncias

A me assombrar em tanta crença

Sem piedade nem licença

E os dias longos sem amanhãs

Dum passado sem rascunho?

Do que me valem

Da Poesia, as rimas

Do adormecer, os sonhos

Do coração, a emoção

Do tempo, as horas

Do mergulho, a coragem

Em braçadas que não sei dar?

Elenice Bastos.