LEMBRANÇA
Faz tempo que se foi o meu quintal
Das horas passando a brincar
E as roupas estendidas no varal
Minha mãe preparando o jantar
Distante o tempo das peladas
Na rua empoeirada sem asfalto
E a bola, alegria da molequada,
Corria até a noite descer do alto
E o colégio era pertinho de casa
Quando ouvia o sinal que tocava
Eu voava sem qualquer asa
Pois o portão logo fechava
Queria estudar na turma do lado
Sentar bem perto da moreninha
Por quem fiquei apaixonado
Deixar de ser tão acanhado
Declamar-lhe uma quadrinha
E perguntar: posso ser seu namorado?