(Re)Leituras de Tabacaria II

O que vou sonhar

Em meu peito hipotético?

O que ainda hei de olhar

Da janela de meu quarto hermético?

Sempre um verso

defronte de outro verso.

E o dormir e o acordar

repetidos até à náusea.

O que vou sonhar,

Para além de tudo já sonhado?

Olhei-me no espelho aos 20 anos

e quando virei o rosto,

ele estava mudado.

Agora é face do tempo exposto.

Agora é tempo no ontem conjugado.

Ah, e o sonhar?

Ainda teima!

E o querer?

Ainda pulsa!

Como um rio que nasceu para correr.

E um navio, cujo fim é navegar.

Luiz Fraga
Enviado por Luiz Fraga em 09/06/2024
Código do texto: T8082142
Classificação de conteúdo: seguro