Cores ímphares
por cá o céu anda bocejando
numa menstruação de nuvens
fiz nele umas tatuagens de estrelas
pra dar um charme no quintal
depus um silêncio fino de giz
numa referência à seus olhos
uma lamparina na varanda
não faltam sombras tuas
velejando no pensamento
vou arar o oceano
deixar tudo límpido
pra gente sujar de cores ímpares
não sei se a noite virá amanhã
mas se vier
venhas com ela
traga algo para ansiar
com tudo que é adiado
o portão já está florido
para o eco de seus dedos