Cara limpa, Alma suja
Não me peçam pra dizer só a verdade,
E nem pra tentar ser melhor que os outros.
Não me peçam a sanidade medíocre dos fracos,
E nem a indubitável razão dos hipócritas.
Não tentem me inserir nenhuma moral religiosa,
Pois quero ser o indócil desatino da imprudência,
Sujarei minha alma de erro pra achar o acerto,
Sujarei minha alma no mar infrene da contradição.
Quero transitar livremente entre o céu e o inferno,
Quero sujar minha alma de dor,raiva e fúria,
E depois lavá-la com júbilo e alegria,
Quero a inflamável chama de todos os sentidos.
Não quero a onisciência racional dos limitados,
Quero todas as orações,todos os palavrões!!!,
Quero me demolir pra me reconstruir,
Quero me jogar de cara limpa,e alma suja.
Thiago Cardoso Sepriano