vírgulas e outras pausas
Quando bem tarde eu me deito,
no escuro de um quarto-leito,
os olhos margeiam o céu branco
de nuvens de silêncio e espanto
respiro fundo e não há jeito
de escandir o ar em meu peito,
o dia com suas vírgulas em pranto
ditam as pausas e eu cá em meu canto
fazem-me refém de um sujeito,
indefinido, mas eleito
fraciono versos e vou sufocando
engulo fonemas e vou pausando,
um poema, um vazio e um tanto
de fissuras que eu tanto rejeito.