vírgulas e outras pausas

Quando bem tarde eu me deito,

no escuro de um quarto-leito,

os olhos margeiam o céu branco

de nuvens de silêncio e espanto

respiro fundo e não há jeito

de escandir o ar em meu peito,

o dia com suas vírgulas em pranto

ditam as pausas e eu cá em meu canto

fazem-me refém de um sujeito,

indefinido, mas eleito

fraciono versos e vou sufocando

engulo fonemas e vou pausando,

um poema, um vazio e um tanto

de fissuras que eu tanto rejeito.

DestinoPoesia
Enviado por DestinoPoesia em 03/06/2024
Código do texto: T8077908
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