a infância orgulhosa

o sol se planta

aqui se rebenta o sol,

a infância orgulhosa

segura firme a pedra

angulosa, não morre, não

mata e não se deixa crescer,

segurai a vestimenta tranquila

o mar na sala de jantar,

a comida predileta servida aos

bichos, poucos olhos podem

ver esse arremedo de dignidade,

esse desejo mal mascarado,

mas podemos senti-lo á beira

do alpendre, porque somos

cavaleiros com os cavalos cansados,

andantes com sapatos ralos,

a moça nova já me olha como

um senhor, e ela, ainda flor,

não sabe nada sobre uma certa

parte dessa vida, que de si nada

assovia, salvo, a vontade de se

deitar