DESAMBIENTADO
DESAMBIENTADO
Aqui moro de aluguel
Mas vivo a fazer mudanças
A cada canto que ocupo
Prego pregos nas curvas das paredes
Penduro (ex)quadros e (des)folhinhas
Nem sinto o tempo passar
O contrato é por tempo indeterminado
Ocupo os espaços e os maculo
Como símbolo de meu progresso
Aos poucos faço cinzas de azuis
Mas não me preocupo
Deixo isso para novos inquilinos
Pouco importa se vão sofrer
Não estarei por aqui para ver
Afinal sou finito
Desconheço os infinitos
Que dizem a Deus pertencer
Não me sinto culpado
Afinal Ele me fez assim
E expio minha culpa
Culpando-o de tudo
Ele não sabe o que fez