A Cartola
Uma humilde cartola
Eternizada na memória
Acima das cabeças
Fazia a sua história
Por poucos foi vista
Era de fato desconhecida
Mas isso não a inferioriza
Pois na boemia, engrandecia
Combinava nas noites regadas de samba
Nas vielas características
Era suja de cimento
E rica de poesia
Malandra cartola
Saudosa cartola
Presente de notas
Em fumaças dissipadas
Ela tinha como amigo
Um saudoso violão
Um cigarro como irmão,
E a rosa como inspiração
Setenta e dois anos
Essa cartola durou
Após seu fim
Finalmente se encontrou.