abertura, carne, pústula
Aqueço as palavras até que elas
Saibam me dizer, contudo, condutoras, ou elas mesmo o truque mais excelente!
Primeiro o fogo, a inquietante florescência,
Brasas em estado de consumação,
Mas e o meu nome? Alguma rua sabe
Desse paradeiro? Porque logo a carne
Será inundada da mais pecaminosa clarividência,
E a tristeza queimada consumirá o que antes
Parede maciça, névoa benevolente.
Leda sequer imaginava
Que o cisne traria tanta desgraça, embora
Também não soubesse da artimanha do mal,
ou apenas vida? total e brutal!
Sou rio, ainda que pouco escapo das pedras,
Colossos assentados, a desdizer a alegria possível,
Sentado à margem das águas, perplexo,
Ainda que o cismógrafo já tivesse avisado,
Ser a vida, que as faces dependem
De sua fome e que é trágico dar de frente
com o que é. E de sua preferência pelas quedas
Triunfais, espero a hora mais quente,
As palavras, não sei quais se jogará
A essa febre tersã, quem sabe se outra
Noite me cobrir do mais obscuro, baixo a guarda,
Sei do coração e, cada artéria, avenida
Que é trafegada de toda sorte de dilema,
Essa textura, empedrada morte
Já ocorrida, e que linguagem pode
Ser um feitiço tenebroso, embora sempre
Buscamos a luz e as coisas mais certas, escrevo seu nome da boca
De uma caverna, onde mais tarde, palavras
Dançarão sob a força da minha angústia,
Depois, só depois comovidas dirão: “é um
Parto normal, a natureza late como um demônio
Quando se trata de amar”.